Dermatologia Infantil

O que é?

Doenças da pele infantil manifestam-se de maneira diversa das doenças de pele do adulto e da criança maior, necessitando de um profissional focado no assunto que dará abordagem diversa aos problemas infantis.

A pele da criança mostra diferenças anatômicas, fisiológicas, bioquímicas e imunológicas em relação à pele do adulto.

A pele é mais fina, menos vascularizada, com glândulas sebáceas e sudoríparas menos desenvolvidas, o que resulta em menor lubrificação da pele e maior retenção de suor.

A fragilidade da coesão entre as células favorece o aparecimento de bolhas e ferimentos em decorrência de traumas leves.

O recém-nascido tem menor resistência às infecções e menor reatividade aos antígenos desencadeadores de alergias.

Á medida que a criança cresce a pele vai iniciando sua transformação, tornando-se cada vez mais semelhante à pele do adulto.

Vale também destacar que a pele da criança é mais sensível à luz ultravioleta e ao calor, estando mais predisposta ao problema de brotoeja, que nada mais é que o entupimento das glândulas sudoríparas. Portanto, deve-se tomar muito cuidado com a pele da criança na primeira infância, principalmente no verão.

As doenças da pele infantil refletem este estado de transição que é desencadeado pelos estímulos ambientais e relacionados à mudança de função em sua adaptação à idade adulta.

Assaduras: a importância da prevenção 

As assaduras estão relacionadas à irritação que a urina pode causar na pele numa área onde há abafamento, calor e dobras. Por isso, é muito importante que as mães tomem determinados cuidados para evitar que as crianças sofram com esse problema.

Em primeiro lugar deve-se redobrar os cuidados com a higiene, evitando que a criança permaneça molhada por muito tempo. Além disso, aconselha-se o uso de fraldas que possam absorver e controlar a quantidade de urina. Essas fraldas, sendo de tecido, devem ser de um algodão suave ou descartáveis, de marcas já conhecidas e aprovadas para uso em crianças.

Outro detalhe que deve ser lembrado é que ao trocar a criança deve-se secá-la muito bem. Na hora da troca de fraldas pode-se usar produtos protetores à base de hidratantes ou à base de filmes oleosos e que não sejam irritantes mas, sim, que protejam a pele da criança, tanto do contato com a urina, quanto de fezes e até mesmo do próprio abafamento.

Vale também destacar que a assadura não deve ser vista como um fato normal em crianças pequenas e, sim, como um problema, uma alteração, que pode acontecer com mais frequência na primeira infância. É claro que há crianças que apresentam mais tendência a esse tipo de problema, como por exemplo, as crianças mais gordinhas, as que urinam mais, aquelas que têm a urina mais ácida, ou as que estão com algum problema de diarreia, etc.

Cabe às mães ficarem atentas às trocas de fraldas, ao tipo de produto que estão utilizando nas crianças e, no caso de perceberem qualquer alteração como por exemplo, a pele ficar avermelhada, começar a ter pústulas (um tipo de espinha), ou mesmo surgirem algumas feridinhas, procurar imediatamente um especialista.

Alergia: outro problema que pode ocorrer em crianças 

De uma maneira geral, a alergia não é um problema típico das crianças. A criança está sujeita à alergia tanto quanto o adulto. O que é mais comum em crianças, em se tratando de distúrbios de pele, é a brotoeja, que é o entupimento da glândula do suor, conforme já mencionado. Isso ocorre porque a criança ainda não tem uma glândula tão competente quanto a glândula do adulto.

Quanto à alergia propriamente dita, ela só vai surgir em crianças consideradas atópicas, ou seja, aquelas que apresentam uma predisposição ao problema. Isso pode ser tanto no aparelho respiratório – sob a forma de rinite, sinusite ou asma – quanto na pele, quando a criança reage a algumas substâncias, de forma diferente das crianças não atópicas.

As crianças atópicas podem reagir ao próprio suor, ao próprio calor do corpo, e apresentam muito mais potencial de irritação na pele do que as outras crianças em geral.

Outro tipo de alergia comum em crianças atópicas é o caso da alergia à picada de insetos – conhecida como Estrófulo. Nesse caso a criança é picada por um inseto qualquer e, de repente, ela fica com o corpo cheio de pequenas lesões, algumas vezes até com feridinhas, o que incomoda muito.

A picada e o veneno do inseto funcionam como um alergizante provocando lesões no corpo todo, mesmo que a criança não tenha sido picada em todos esses locais.

As picadas mais comuns de inseto são as de formiga, pulga, borrachudo e pernilongo, e esse tipo de alergia é chamado de estrófulo. Esse tipo de lesão é muito comum nas pernas das crianças e podem deixá-las manchadas e até mesmo com cicatrizes.

Outra alergia muito comum nos atópicos é chamada de eczema atópico. Esse tipo de alergia aparece principalmente nas dobras, onde a região fica avermelhada, coçando muito, podendo até apresentar uma exsudação (um liquido), depois formando cascas. Essas alergias podem estar relacionadas com as substâncias utilizadas na pele, como cremes, cosméticos, produtos repelentes de insetos, etc.

Portanto, as alergias mais comuns em crianças são: o estrófulo (alergia à picada de inseto) e o eczema atópico. E, no caso delas aparecerem o mais indicado é procurar um especialista. Para o problema de picada de inseto, existem vacinas que são eficientes dessensibilizando a criança com relação ao problema. Já a alergia atópica é um problema intrínseco da criança, hereditário mas que pode ser amenizado com tratamentos específicos.

Dica Dermacentro

Para evitar problemas futuros na pele é importante que desde criança alguns cuidados sejam tomados, tais como, evitar o excesso de sol, evitar lugares muito quentes e ambientes fechados para que a pele não tenha problemas de brotoejas e em caso de assaduras, evitar que a pele fique com machucaduras mais profundas nas áreas das dobras, para que não surjam cicatrizes.

A criança deve ser vista globalmente e, de uma forma geral, cada problema deve ser visto sob a ótica da sua especificidade.

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