Melasma

O que é?

O Melasma é um dos distúrbios de coloração da pele mais comuns entre nós. É caracterizado pelo aparecimento de manchas acastanhadas localizadas em áreas expostas ao sol, no rosto (a região das maçãs do rosto é a área mais frequente) e nas áreas descobertas do corpo. Neste tipo de problema as células produtoras de pigmento encontram-se em número aumentado e com excesso de atividade por estarem hiperestimuladas pela luz do sol. A causa do melasma é desconhecida. Pode ser relacionada a fatores genéticos, raciais, hormonais e ambientais como a radiação solar.

Ainda não houve identificação de genes específicos ligados ao melasma, mas sabemos que é uma tendência familiar.

A maior prevalência em mulheres hispânicas e asiáticas também sugere a participação genética.

 Os hormônios femininos são facilitadores desta pigmentação e aparentemente estão envolvidos na etiologia do processo que acomete os homens em cerca de dez por cento dos casos. O Cloasma gravídico está associado às mudanças hormonais do período da gravidez e geralmente desaparece, após o parto.

 Mas, o sol é o gatilho, ou seja, é o principal fator de estímulo. Mesmo que um indivíduo tenha tendência genética se nunca sofrer exposição ao sol, não desencadeará um quadro de Melasma.

As áreas atingidas são as expostas ao sol, sendo rosto a área mais frequente.

O diagnóstico é essencialmente clínico, e o Melasma pode ser classificado em superficial ou profundo, conforme o local do excesso do pigmento melânico.

Qual o tratamento da Melasma?

O tratamento se faz por cremes específicos, uso sistemático de protetores solares, devendo ser associados a fotoprotetores orais.

Podemos usar peelings, mas estes devem ser específicos, sendo necessário o máximo cuidado para não aumentar a sensibilização desta pele e tendo como resultado final o indesejado escurecimento da mancha. Por estarmos frente a um quadro de hiperestimulação das células produtoras de pigmento, os melanócitos, é fácil de imaginar que a um mínimo estímulo luminoso a região pode voltar a escurecer, sendo necessário que o tratamento de dessensibilização seja persistente e prolongue-se por um longo período.

O filtro solar deve ser uma tônica constante na vida deste paciente. Vemos assim que o processo educativo nestes casos tem tanta importância quanto o tratamento, nada adiantando alimentar o nosso paciente com expectativas pouco reais sobre as poucas chances de repigmentação das lesões após o tratamento empreendido, caso ele descuide-se da proteção solar.

Proteção da Pele

É fundamental que a paciente proteja a pele do sol, porém o filtro solar tem que apresentar certas características específicas. Deve ser físico, com proteção alta e com pigmentos coloridos (base). Existem dois tipos de filtro solar:

1- Filtro químico, onde a molécula se combina com a radiação ultravioleta do sol e transforma a mesma em calor.

2- Filtro físico, onde a molécula funciona como barreira e reflete a luz ultravioleta, não deixando-a agredir a pele.

A doença piora com o calor e, portanto, o filtro físico é melhor ou pelo menos, a mistura dos dois com número alto de fator de proteção. Além disso, novos estudos têm demonstrado que a luz visível, que está nas lâmpadas, computadores etc.., tende a manchar a pele quando esta está muito sensível  ou já pigmentadas. Não existe filtro solar para proteger da luz visível e no momento somente os filtros com cor (pigmento) irão oferecer proteção com relação a essa indicação.

Outra questão muito simples, porém, muito importante é que a pele do melasma não pode e não deve ficar vermelha, irritada, queimando ou com ardor. Isto porque, nesses casos, a mancha poderá piorar, pois qualquer inflamação piora a hiperpigmentação. Sendo assim a pele com melasma, além de filtro solar com cor, precisa de hidratação com substâncias calmantes. Lembrar que qualquer tratamento agressivo como peelings, laser de CO2, esfoliações, podem produzir efeito rebote.

Para o tratamento, devemos traçar um plano estratégico para obter resultados mais satisfatórios uma vez que se trata de uma situação crônica, e de etiopatogenia desconhecida.

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