Cirurgia para Joanete (Hallux Valgus)
O que é?
O joanete é chamado de hálux valgo que significa “dedão para dentro”. Defeito de evolução que compromete não só a estética dos pés mas também a sua função, dificultando o andar pela dor.
É a doença mais comum no pé de mulheres adultas.
Deve-se a um desvio dos ossos do dedão (metatarsos), principalmente o da sua base. Estes ossos que são normalmente paralelos aos dos dedos vizinhos, apresentam um processo de encurvamento, formando um ângulo inferior a noventa graus na parte interna do pé, alargando o seu tamanho. A parte que começa a crescer forma uma saliência, que caracteriza o joanete. A dor acontece porque quando alguém com joanete coloca um sapato apertado, pequenos nervos ficam comprimidos entre o sapato e a ponta de osso, causando compressão, inchaço e muitas vezes vermelhidão. Como consequência, o dedão assume posição lateralizada, podendo “entortar” sobre o dedo vizinho, muitas vezes, vindo a desestruturar o pé que é nossa plataforma de apoio. O hálux, ou dedão tem um papel importantíssimo pois, grande parte do nosso peso recaí sobre ele e é quem dá o impulso para frente na caminhada. Com a deformidade da joanete o peso deixa de cair sobre o dedão e acaba sobrecarregando o segundo dedo. Consequentemente, surge uma calosidade sob a base do segundo dedo (a pele da sola do pé tentando se proteger da sobrecarga no osso) e um outro quadro de dor bastante comum no joanete – chamada de metatarsalgia.
O que causa o joanete?
- Herança Genetica: predisposição familiar é fator determinante.
- Tipo de Calçado: O uso de sapatos pequenos, bico fino e salto alto, favorece o aparecimento do joanete, em indivíduos com predisposição. As mulheres estão mais sujeitas ao joanete, exatamente porque usam sapatos de salto alto e bico fino. É menos frequente entre os homens. É estimado que 33 % da população urbana tenha algum grau da deformidade. A incidência da deformidade é muito menor (em torno de 2%) entre indivíduos que não têm o hábito de usar calçado fechado, como os índios.
- Conformação Anatômica do Pé: mais frequente em indivíduos com pé plano.
Qual o tratamento mais indicado para o joanete?
Pequena cirurgia que pode ser feita com anestesia local. A cirurgia para correção do joanete evoluiu muito nos últimos anos. As técnicas mais são mais eficazes, os métodos de fixação mais modernos, utilizando parafusos, dispensam o gesso, minimizam a dor e demandam menor tempo de reabilitação pós-operatória.
Que cuidados eu devo ter após a cirurgia?
De maneira geral, é possível caminhar no dia seguinte à cirurgia, nos quesitos indispensáveis como ir à mesa para comer, ir ao banheiro,etc. Caminhadas desnecessárias devem ser evitadas, pois, aumentam o inchaço, provocam dor e retardam a recuperação e podem colocar em risco o resultado da cirurgia. São necessários retornos mensais ao cirurgião até o sexto mês pós-operatório para assegurar uma reabilitação adequada.
Existem outras formas de tratamento?
O tempo envolvido na evolução do joanete é muito variável. Existem várias tentativas de tratamento conservador como: aparelhos criados para tracionar o dedão para fora; protetores para a dor medial e da sola do pé; uso de palmilhas ; técnicas de fisioterapia. Porém, nenhum deles apresenta comprovação científica de resultado. Até hoje, o único modo de cura é cirúrgico.
Há dor? Quais os possíveis resultados da operação?
Os resultados estéticos e funcionais são bons, embora o “dedão” fique ligeiramente mais curto que o normal. Existem mais de cem técnicas cirúrgicas descritas e de acordo com o exame físico do pé e da análise da radiografia, o médico poderá optar pelo tipo de cirurgia mais indicado.
Reicidivas são descritas quando a cirurgia apenas remove a saliência óssea sem corrigir o alinhamento do osso. Desta forma, resolve-se a consequência sem a remoção de sua causa.
Cuide bem dos seus pés! Eles são a sua base de sustentação.
É possível ocorrer complicações?
Por tratar-se de um procedimento cirúrgico existe chance de problemas, apesar de serem extremamente raros. Investigação e preparo pré-operatório adequados, bem como observância às orientações pós-operatórias são fundamentais para evitá-las.
Dentre as incomuns situações, podemos citar: hematoma, deiscência (abertura de pontos), alterações da cicatrização, sofrimento de pele, infecção, lesões de nervos e problemas anestésicos.